Madeiras
Thiago Damata • 13 de outubro de 2021
Um bom móvel começa com a matéria prima
Para o trabalho que realizo na Oficina Damata ter um resultado que julgo bom, um importante fator é a madeira que vou usar no projeto.
Estou em Goiânia, a oferta de madeiras na maior parte das madeireiras é para construção civil, algumas que tem madeiras mais indicadas para mobiliário costumam oferecer as pranchas com umidade muito alta ou com defeitos como empenamento, torções, encanoamento e rachaduras.
As madeiras que mais trabalho são as que tenho acesso mais fácil na minha região e que me ofereçam vantagens durante o processo.
Tauari – Couratati ssp.
Madeira branco-amarelado a marrom-amarelado-claro, de densidade e dureza média, de boa trabalhabilidade, fácil usinagem e bom acabamento.
Uso bastante nos projetos da Oficina Damata por ter uma grande procura dos clientes por madeiras claras.
A desvantagem que percebo no uso do Tauari é o desgaste das ferramentas de corte.
Jequitibá-Rosa – Cariniana legalis
Madeira róseo-acastanhado ou bege-rosado, densidade e dureza média, de boa trabalhabilidade, fácil usinagem e bom acabamento.
Uso principalmente em peças menores e que irão receber bom travamento, como estrutura de bancos e mesas, de centro ou laterais.
A desvantagem que percebo o uso do Jequitibá-Rosa é uma grande tendência ao empenamento, motivo pelo qual não costumo usar peças muito longas desta madeira. Sempre que há a necessidade de usa-la em para projetos grandes, como mesas, camas, uso em bitolas maiores para melhorar a resistência contra o empeno.
Cedro – Cedrella ssp.
Madeira marrom-rosado, leve e macia, ótima trabalhabilidade, fácil usinagem e bom acabamento.
Uso em diversos tipos de trabalho pelas qualidades da madeira, principalmente em projetos de gabinetes e gavetas por ser uma madeira que permite um ótimo acabamento com ferramentas manuais.
A cor desta madeira não agrada a todos os clientes e o pó produzido durante o processamento da madeira é um tanto amargo.
Freijó – Cordia goeldiana
Madeira Marrom-acinzentado-claro a marrom, densidade e dureza média, excelente trabalhabilidade, fácil usinagem e ótimo acabamento.
Uso em diversos tipos de trabalhos pelas qualidades da madeira, por eu não encontrar na minha região o Freijó em tábua, somente em prancha não o uso tanto em gabinetes, a cor da madeira e a facilidade de trabalho com ela permite projetos com um ar mais sofisticado.
As desvantagens que vejo nela realmente são o valor elevado e não encontrar ela em tábua na minha região.
Muiracatiara – Astronium lecointei
Madeira marrom-rosado-pálido a marrom-amarelado, de densidade e dureza alta, boa trabalhabilidade, fácil usinagem com quase todas as ferramentas e ótimo acabamento.
Uso principalmente para assento em bancos e cadeiras e tampos para mesas menores, pois sempre compro ela em tábua. Na minha região apenas uma vez consegui comprar Muiracatiara em prancha, impossibilitando usa-la para estrutura das peças.
A principal desvantagem que percebo nesta madeira é que em Goiânia por ser uma região que na época da seca a umidade fica em condições de deserto, a madeira que não estiver bem protegida, seja dentro da oficina ou na madeireira tende a ter grandes rachaduras de topo.
Tatajuba – Bagassa guianensis
Madeira amarelo às vezes com faixas mais escuras, de densidade e dureza alta, boa trabalhabilidade, fácil usinagem e bom acabamento.
Uso principalmente para assento em bancos e cadeiras e tampos para mesas menores, pois sempre compro ela em tábua, a cor amarela traz um aspecto mais convidativo para as peças onde ela é usada.
A principal desvantagem é que por possuir grã revessa em algumas partes é necessário uma maior atenção para obter um bom resultado.
Lembrando que todas as colocações que faço aqui são a partir da minha experiencia com os materias em condições climaticas da cidade de Goiânia-GO